Pragas
Ácaros eriofídeos
Com importância para a videira, a este grupo de ácaros pertence a espécie Calepitrimerus vitis, vulgarmente conhecida por acariose, e uma espécie de reduzida importância pelos seus efeitos, mas muito frequente, a erinose (Colomerus vitis).
São muito específicos em relação ao hospedeiro e apresentam um ciclo biológico simples com quatro estados de desenvolvimento: ovo, larva, ninfa e adulto, invernando sob a forma de fêmea adulta nas escamas dos gomos.
Acariose
Este ácaro alimenta-se de gomos, rebentações jovens e folhas, onde vive preferencialmente na página inferior, sugando o conteúdo das células epidérmicas; na Primavera, provoca atrasos na rebentação criando pâmpanos emangericados, a destruição de gomos que não abrolham e mesmo aborto de algumas flores; as folhas ganham umas pontuações claras e translúcidas no limbo, enrolam para a página inferior e adquirem um tom bronzeado, chegando a cair. Os ataques sucedem-se em gerações até ao fim do Verão, princípio do Outono. Alguns sintomas podem ser confundidos com os do vírus do nó-curto, da eutipiose, da carência de boro ou simplesmente por baixas temperaturas no início da rebentação.
Os estragos provocados por este ácaro podem ser avultados, quer pela perda de produção quer pela menor longevidade que confere às videiras enfraquecendo-as gradualmente de ano para ano; geralmente os estragos são mais graves nas vinhas mais jovens, mas nas adultas, a menor capacidade fotossintética das folhas também se reflecte em termos de menores ganhos em açúcares e de reservas.
O tratamento contra esta praga será de preconizar nas vinhas que nos anos anteriores tenham apresentado sintomas com certa gravidade; neste caso é recomendável efectuar um tratamento de Inverno, no estado A-B, usando um óleo de Verão e molhando bem os gomos.
Durante o ciclo vegetativo, após o aparecimento dos sintomas, e nos casos mais graves, será necessário usar um acaricida específico. O uso do enxofre é todavia um meio eficaz de limitar o aparecimento desta praga.
Erinose
Este ácaro ao alimentar-se das folhas embrionárias, provoca a hipertrofia das células adjacentes à epiderme formando eríneos (empolamentos na página superior) onde vivem e se refugiam dos predadores; as correspondentes cavidades na página inferior da folha estão cobertas de uma pilosidade branca, que ao tornar-se escura, revela o envelhecimento dos eríneos, migrando de novo os ácaros para a extremidade do pâmpano picando as folhas embrionárias e sucedendo-se em gerações até ao Outono.
O efeito destes ataques é reduzido, salvo as situações fora desta região em que se poderá comportar como um ácaro de gomo à semelhança do da acariose, nomeadamente em Primaveras frias com rebentação lenta ou em climas muito secos.
O uso do enxofre na dose homologada contra o oídio, é suficiente para controlar esta praga. Normalmente surge quando se atrasa o 1º tratamento à vinha. O tratamento contra a escoriose no estado C-D, com enxofre, controla de igual modo esta praga. Em casos mais graves será necessário usar um acaricida específico.